João Campos exalta investimentos em áreas de morros no Recife e diz que revitalização do Centro e pessoas em situação de rua não são desafios apenas da cidade

 

O candidato à reeleição à Prefeitura do Recife, João Campos (PSB), participou de uma sabatina na tarde desta segunda-feira (26) na TV Tribuna (veja a partir dos 45 minutos neste link https://www.youtube.com/live/4EWdM3JAP5M?si=vKUrQuMSGdXWKAd_).

Durante a entrevista, João Campos foi questionado sobre as políticas públicas de proteção de encostas e a garantia de recursos para indenizações e realocação de famílias em áreas de risco.

“Nós temos mais de 70% de tudo que é investido na nossa gestão na área periférica da cidade. E a gente conseguiu chegar agora ao maior ciclo de investimento em proteção de área de morro do Recife. Foram mais de 230 milhões em obras de grande porte, mais de 3.300 obras do Programa Parceria. A gente está falando de mais de 10 mil pontos de risco que foram erradicados nesses três anos e oito meses. 10 mil famílias que passaram a estar em um local seguro para morar. E a nossa prioridade, é poder levar a segurança para as famílias continuarem morando onde sempre moraram, mas não estando em risco”, disse João Campos.

“Hoje, a gente tem literalmente o maior volume de investimento da história do Recife em área de morro, inclusive com a ajuda de crédito internacional que nós pegamos do BID”, reforçou Campos.

Sobre a educação, João Campos falou sobre o aumento em vagas de creches e foi perguntado sobre o protesto dos professores municipais na sede da prefeitura, na semana passada.

“Quando eu assumi a prefeitura em 2021, existiam 6.500 vagas de creche na nossa cidade. Nós conseguimos fazer, em 3 anos e 6 meses, as mesmas 6.500 vagas. A gente duplicou, fizemos em 3 anos e meio, o que foi feito em 40”, disse. Sobre a questão dos professores, o prefeito afirmou ter respeito pela categoria. “Existe um diálogo permanente com a categoria. De valorização em diversas frentes.”

PESSOAS EM SITUAÇÃO DE RUA

O prefeito João Campos foi questionado sobre o aumento da população em situação de rua no Recife e o que estaria falhando no enfrentamento a esse problema.

João Campos respondeu situando o problema como uma questão também de âmbitos nacional e global. “Você olha pra grandes cidades americanas, por exemplo, São Francisco [nos Estados Unidos]. Tá no centro do PIB mundial, grandes problemas severos nessa pauta. Você olha no Brasil, 260 mil pessoas estão em situação de rua. A maior cidade brasileira é São Paulo. Esse número passa de 70 mil pessoas”, disse.

“No Recife, a primeira coisa que a gente fez, e eu aprendi isso desde cedo, se a gente quer resolver enfrentar algo, a gente primeiro tem que reconhecer e fazer o movimento correto. Fizemos um censo com a Universidade Federal Rural. São 1.800 pessoas e 50% das pessoas que estão em situação de rua no Recife são de outras cidades. A gente tem 25% que tem uma dependência com álcool comprovada”.

João Campos falou também dos programas existentes para acolher essas pessoas.

“Nós lançamos o Recife Acolhe, um programa transversal com diversas medidas. Então, por exemplo, nós passamos a credenciar hotéis e pousadas. Hoje tem mais de 140 vagas, que a Prefeitura paga todos os dias, pra garantir o acolhimento. Expandimos a oferta de alimentação nos restaurantes populares, chegando a 1.700 refeições. Consultório na rua…a gente duplicou as equipes do consultório na rua com a equipe médica especializada de saúde pra fazer um acompanhamento permanente. A gente conseguiu trazer avanços importantes. Agora, a gente precisa entender também que essa questão precisa ser discutida para além das questões municipais. A Política Nacional de Saúde Mental, a capacidade de reforço e financiamento nisso”, afirmou.

Com relação à revitalização do Centro e a crítica de que as ações de revitalização estão concentradas muito no Recife Antigo, enquanto outras áreas como os bairros da Boa Vista, Santo Antônio e São José não são contempladas, João Campos também assinalou ser uma questão de impacto nacional.

“Outras capitais passam por esse mesmo [problema], na verdade, todas as capitais que têm centro histórico passam por esse mesmo desafio, isso não me exime de responsabilidade de fazer. Então, nós fizemos um programa que virou referência, inclusive, pro Brasil na área de incentivo fiscal para o centro, o Recentro, isentando IPTU, ITBI, ISS, os impostos e tributos municipais pra incentivar a atividade no centro. Foram mais de 380 milhões em investimento privado feito no centro, e mais de 130 milhões de investimento público feito no centro. E o próximo passo, já anunciado, é que nós vamos fazer dois projetos. O primeiro é que uma remissão, um perdão da dívida no centro da cidade, para aqueles imóveis que solicitarem alvará de construção ou de reforma, ou que forem vendidos pra ser feito algum projeto. Pra os imóveis que são privados, que estão no centro, terem uso. E o segundo, nós vamos fazer uma troca de área, pra quem fizer moradia no centro, vai ter um adicional construtivo em outra área da cidade”, afirmou João Campos.