As principais entidades médicas de Pernambuco – Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe), Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe), Associação Médica de Pernambuco (Ampe) e Academia Pernambucana de Medicina (APM) – manifestaram posição contrária à forma como está sendo conduzido o processo seletivo do curso de Medicina criado pelo PRONERA/UFPE no Campus Caruaru, voltado exclusivamente a integrantes da Reforma Agrária.
As entidades ressaltam que a Constituição Federal, em seu artigo 206, assegura a isonomia e a igualdade de condições para o acesso às universidades públicas, princípios que devem orientar todas as formas de ingresso no ensino superior. Embora reconheçam a legitimidade das políticas afirmativas, defendem que elas precisam ser implementadas de forma proporcional, equilibrada e transparente.
O ponto central da crítica é a adoção de um processo seletivo exclusivo e paralelo ao sistema nacional, sem utilização do Enem e do Sisu como critérios de acesso. Para as instituições médicas, tal medida afronta os princípios da igualdade e do acesso universal, além de comprometer a credibilidade acadêmica e abrir um precedente perigoso para a educação médica no Brasil.
“Não somos contra políticas de inclusão. Pelo contrário, acreditamos que devem existir e ser fortalecidas. Mas é fundamental que sejam justas, proporcionais e alinhadas aos marcos legais vigentes, assegurando tanto o acesso democrático quanto a qualidade da formação médica”, afirmam as entidades em nota conjunta.
O posicionamento reforça o compromisso das instituições médicas de Pernambuco com a defesa da transparência, da equidade e da excelência acadêmica, pilares considerados essenciais para garantir a qualidade da formação médica e a segurança da população.